Os estudos sobre o jornalismo cultural cobram hoje, antes de tudo, uma resenha das lacunas conceituais sobre o gênero, e devem procurar oferecer a ele a abrangência necessária em direção à sua dupla dimensão: a pauta das demandas estético-conceituais construídas no processo de criação cultural e a identificação dos elementos contra-hegemônicos dessa mesma demanda.
Isso permitiria que a cobertura jornalística na área da cultura fosse vista além de sua dinâmica factual e positiva (meramente informativa e contaminada pelo deslumbramento do espetáculo). Estamos diante de articulações teóricas que não são reveladas pelo sentido do noticiário, da mesma forma que o jornalismo esportivo não dá conta da dinâmica do esporte e o jornalismo econômico não dá conta da economia. No caso do jornalismo cultural, essa cobertura desprovida de verticalidade analítica aproxima-o do neo-mecenato em que se constitui a "reponsabilidade social", fato que acaba condicionando o debate acadêmico, inclusive fragilizando-o frente às pressões apontadas por Alberto Dines em artigo recente do Observatório da Imprensa (Leia aqui).
A pesquisa acadêmica precisa, portanto, superar esses obstáculos e caminhar para uma revisão rigorosa do próprio conceito de jornalismo cultural.
Um comentário:
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