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O capitalismo é instável e feito para as empresas; o jornalismo econômico não precisa ir pelo mesmo caminho |
E os jornalistas, onde estavam quando surgiram as previsões erradas dos economistas? Estavam onde sempre estiveram: na cômoda posição de correias de transmissão de informações que dizem respeito a uma área que não conhecem o suficiente ou diante de fontes que não são questionadas porque falam de tecnicalidades sobre as quais os repórteres não têm a menor ideia do que sejam. Os jornalistas - ainda que involuntariamente - foram cúmplices na divulgação de uma informação que não foi apurada em toda a sua profundidade, dimensão e contexto. Fizeram o oposto daquilo que se espera deles: ignoraram princípios elementares de sua profissão e se afastaram do interesse público.
Nesse intrincado de problemas que um fato perdido no tempo demonstra e que põe a nu a fragilidade da previsão econômica (tão grave quanto a da previsão do tempo ou quanto qualquer outra previsão) associada à fragilidade da cobertura jornalística (uma espécie de recorrência do episódio da Escola Base), reside o núcleo do estudo feito por Paula Puliti em sua tese de doutorado (orientada na ECA/USP por Bernardo Kucinski) e que acaba de ser lançado com o título O juro da notícia (Florianópolis: Insular, 223 pgs).
Tenho muito interesse pelo assunto, mas não foi só isso o que me fez ler a obra quase de um fôlego só... (continua)
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