Não dá para culpar a Dilma Roussef pelo estado de catatonia em que se encontra a campanha pela sua reeleição. Se há algum culpado, ele deve ser procurado no staff do planejamento estratégico do governo federal que acompanhou a Presidência da República desde Lula, embora os equívocos tenham se aperfeiçoado no tempo. O primeiro deles - e que me parece responsável pela deterioração da credibilidade doutrinária e política do PT com sua consequente perda de apoio - entendo ter sido a ingenuidade com que foi posta em prática uma política econômica que, a pretexto de consolidar a governabilidade, abriu mão da soberania do Estado em favor de todas as demandas privadas.
É o que parece comprovar o noticiário que dá conta do quadro do definhamento da economia na reta final das eleições. O que os jornais divulgam não é invenção motivada pela campanha eleitoral; é mesmo o retrato de uma sistemática perda de energia da atividade produtiva em todos os setores ancorada no retraimento dos bancos, na especulação financeira, na evasão de divisas
Esse é o resultado de uma política de pura bajulação que o governo promoveu em relação ao empresariado, concedendo a ele todos os privilégios e prerrogativas - para receber em troca uma permanente queda de braços cujo objetivo me parece ser o de promover o lockout na economia. Posso estar enganado, mas essa me parece ser a natureza do esvaziamento político que a campanha de Dilma sofre. É possível que ela ganhe a eleição, mas vai pagar um resgate altíssimo por isso - a menos que se disponha a voltar às origens do projeto social petista: uma radical mudança nas estruturas sociais e econômicas do país.
Esse é o resultado de uma política de pura bajulação que o governo promoveu em relação ao empresariado, concedendo a ele todos os privilégios e prerrogativas - para receber em troca uma permanente queda de braços cujo objetivo me parece ser o de promover o lockout na economia. Posso estar enganado, mas essa me parece ser a natureza do esvaziamento político que a campanha de Dilma sofre. É possível que ela ganhe a eleição, mas vai pagar um resgate altíssimo por isso - a menos que se disponha a voltar às origens do projeto social petista: uma radical mudança nas estruturas sociais e econômicas do país.
Recomendo a leitura das matérias a seguir para que se forme um painel desse estado de conspiração em marcha cujos efeitos são sentidos agora. Naturalmente, cada uma dessas notas merece análise à parte, mas é sugestiva a imagem de conjunto que permitem: uma sistemática disposição da burguesia em enfraquecer as iniciativas do governo:
* Para governo, bancos estão com excessiva cautela * Defasada, indústria de SP vive um fla-flu com Dilma, diz presidente da Vale * O neoliberalismo saiu do armário * O que está por trás de Marina Silva: candidatura e programa * Retração do PIB já afeta negociação salarial
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