Que mania é essa que os leitores têm de ficar atrás de notícias nas quais possam confiar?
Os executivos do jornal, é claro, chamam para a qualidade do seu produto a explicação para o êxito conseguido junto à audiência e se apressam em explicar, apoiados em Ken Doctor (o especialista mundial em análise da indústria jornalística que fala aqui sobre o assunto), e na opinião de Manoel Fernandes, diretor da Bites, a razão do resultado: "o modelo clássico de jornalismo, praticado pela maior parte das empresas de mídia do País, ainda é uma das fontes confiáveis de informação à disposição da sociedade". E por que o Estadão? Porque "a credibilidade do jornal, que tem 140 anos de existência, também está presente no meio digital".
O tema é inesgotável, mas me parece razoável que o pressuposto teórico dessa explicação tenha muito a ver com a permanência das características doutrinárias pelas quais o campo do jornalismo se consolidou como um universo de experiências socioculturais que ainda ancoram sua relação com o leitor. Se for mesmo isso, é o caso de ponderar que o entusiasmo que o jornal demonstra pode acabar se frustrando pelas equivocadas restrições de acesso - que uma pequena e caipira mentalidade mercadológica insiste em praticar contra os que procuram o portal do Estadão.
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