O jornalista Fernando Rodrigues comenta hoje em seu blog um fato que desnorteia qualquer pessoa interessada em compreender as razões da crise econômica que paralisa o país. Diz ele, com base em dados da Receita Federal, que sob os dois mandatos do governo Dilma o total das desonerações promovidas como instrumento de estímulo ao investimento dos empresários chegou a R$ 342 bilhões, cifra três vezes maior que o déficit público que está servindo de pretexto para as duras medidas de natureza fiscal que a sociedade vai ter que encarar. Um gráfico disposto no artigo de Rodrigues permite que o leitor fique mais um pouco amargurado já que em perspectiva o total das desonerações desde 2010 (um ano antes da eleição de Dilma) chegará, em 2018, à casa dos R$ 501 bilhões.
Os estudos de História Econômica são fartos em demonstrar como o capitalismo se especializou, ao longo de sua existência, em sistematizar o sequestro da riqueza social como instrumento de acumulação através de vários mecanismos implementados no instante mesmo em que se dá a produção (pelos baixos salários ou pelo aumento das horas trabalhadas, por exemplo). O que ninguém tinha imaginado até agora era a possibilidade de que essa operação fosse executada a posteriori, isto é, pelo assalto ao recursos públicos pela via da desoneração, o que amplifica e potencializa todas as demais etapas de capitalização. Esta é uma outra jabuticaba brasileira: a hiperacumulação.
Leia também: * O sombrio legado da austeridade (Paul Krugman)
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Os estudos de História Econômica são fartos em demonstrar como o capitalismo se especializou, ao longo de sua existência, em sistematizar o sequestro da riqueza social como instrumento de acumulação através de vários mecanismos implementados no instante mesmo em que se dá a produção (pelos baixos salários ou pelo aumento das horas trabalhadas, por exemplo). O que ninguém tinha imaginado até agora era a possibilidade de que essa operação fosse executada a posteriori, isto é, pelo assalto ao recursos públicos pela via da desoneração, o que amplifica e potencializa todas as demais etapas de capitalização. Esta é uma outra jabuticaba brasileira: a hiperacumulação.
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