Uma nota perdida no meio de tantas pequenas notícias que gravitam em torno da forma aviltante com a qual Temer se aferra ao poder ilegítimo que tem nas mãos diz respeito a uma entrevista do Presidente do Banco Central (um sujeito que não foi submetido a um único escrutínio sequer para ocupar o cargo que ocupa), llan Goldfajn. Segundo ele, "o governo (...) vai em breve abolir uma regra antiga sobre a entrada de bancos estrangeiros no país: não será necessária a assinatura [sequer] do presidente da República" (leia aqui)
Para Goldfajn, que até ser indicado para o BC era alto funcionário do Banco Itaú, a "formalidade" pela qual o presidente da República chancelava o ingresso de uma instituição financeira para atuar no Brasil era apenas isso, uma "formalidade (...) que produzia uma percepção ruim a respeito do Brasil no exterior". Percepção ruim a respeito do Brasil o exterior, este é o eufemismo com o qual o capital estrangeiro traduz sua disposição em avançar de forma descontrolada sobre mais um dos setores da nossa economia, descapitalizando a riqueza gerada pelo nosso trabalho, como já o faz com as remessas de lucros, com a rapina sobre a Petrobrás e com uma série interminável de mecanismos de transferência de renda do assalariado para a riqueza privada, aliás, a essência da filosofia de todas as reformas cuja implantação está sendo tentada pelo fracassado e repugnante Michel Temer.
Penso que neste momento de verdadeira convulsão política em que o Brasil vive - a rigor, há um vácuo institucional no país que o deixa em absoluto descontrole - é que se evidenciam os verdadeiros objetivos do golpe que destituiu Dilma Rousseff: a alienação integral da soberania como forma de atender aos interesses privados - internos e externos - que impuseram sua estratégia de dominação com a plena conivência do empresariado brasileiro e dos estamentos (valeu, Ailton) que o servem.
Tudo isso pra dizer da minha conclusão (inconclusa, ainda) sobre a significação do momento: o Brasil esta nas mãos de usurpadores. Ainda que sob o artifício da legalidade com a qual os golpistas protegem a selvageria com que estão desconstruindo o país, o fato concreto é que falta a esse grupo o atendimento essencial que a regra democrática exige para que a essência do poder seja cumprida: a representação do interesse nacional e socialmente majoritário. Sem que isso seja atendido o que há é a usurpação arbitrária (ainda que legalizada por meio de subterfúgios até mesmo constitucionais).
Penso que é isso o que alimenta a urgência em destituir o governo, interditando-o nas ruas por meio de uma ampla desobediência civil - "a pedra de toque do Estado democrático de direito", como definiu Habermas - que caracterize a ruptura definitiva entre sociedade e Estado. A ideia de que é preciso eleições gerais e diretas já, com a qual me identifico profundamente, parece consubstanciar a convicção de que não é a norma jurídica abstrata que constroi a democracia, mas a sua natureza substantiva que faz a lei incorporar a demanda social; não o contrário. Se perdermos isso de vista, a regra constitucional vai transformar o regime político brasileiro numa ditadura legalizada por uma carta de plena extração democrática...
Todos os riscos: * Negociações tentam blindar equipe econômica (Uol) * Só nos resta a desobediência sistemática a todas as ações governamentais (Safatle, Boitempo) * Diretas Já, pelos direitos e pela democracia (Boitempo) * Temer: estou fazendo o que me mandaram fazer e agora querem me tirar? (Sakamoto) * Em 8 anos, JBS doou meio bilhão (Uol) * Lobbies cobram alto pela reforma: R$ 164 bilhões (Poder 360) * Pela previdência, Temer dá prêmio à sonegação (Josias de Souza, Uol) * Bolsonaro: se eu não for candidato, quero ser vice de Aécio (Infomoney).
Todos os riscos: * Negociações tentam blindar equipe econômica (Uol) * Só nos resta a desobediência sistemática a todas as ações governamentais (Safatle, Boitempo) * Diretas Já, pelos direitos e pela democracia (Boitempo) * Temer: estou fazendo o que me mandaram fazer e agora querem me tirar? (Sakamoto) * Em 8 anos, JBS doou meio bilhão (Uol) * Lobbies cobram alto pela reforma: R$ 164 bilhões (Poder 360) * Pela previdência, Temer dá prêmio à sonegação (Josias de Souza, Uol) * Bolsonaro: se eu não for candidato, quero ser vice de Aécio (Infomoney).
______________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário