O Brasil era ali, logo depois da cerca onde estão aqueles empresários...
A julgar pela matéria da Folha - que já dá como liquidado o 2o. turno das eleições - está em andamento nos gabinetes que negociam a partilha de um eventual governo de Bolsonaro aquilo que em pirataria se chama butim - um termo que ainda serve para descrever a prática da pilhagem, do roubo legitimado pela vitória conquistada na guerra. O butim, portanto, tem como peculiaridade a selvageria: o objetivo é destruir, moral e materialmente, o adversário derrotado.
Uso esse conceito aqui porque não me parece existir nenhum mais adequado para descrever o que está sendo arquitetado para o dia seguinte à vitória de Bolsonaro: a pilhagem da soberania nacional através de um processo radical de privatizações que vai transferir para as mãos do interesse privado o patrimônio material e imaterial que o Brasil construiu ao longo da sua história. Não há notícia de algum país que tenha sido submetido a uma espoliação dessa magnitude. Tudo legitimado por um consenso obtido por meios cuja natureza e história serão contadas algum dia. Por hora, me parece suficiente construir uma metáfora: o Brasil está sob a ocupação consentida dos próprios brasileiros, entre eles aqueles que deveriam zelar pela segurança nacional, uma curiosa ironia levando em conta que é um militar o vértice em torno do qual se alinham os beneficiários do butim.
Sugiro estas leituras. Da Folha: * Liberais de Bolsonaro querem golden shares para destravar privatização com militares * Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp. Do Estadão: Generais querem filho de Bolsonaro na presidência da Câmara e impeachment de ministros do STF.
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