A estupidez do Ministro
A esta altura do descontrole em que o Brasil vive diante da possibilidade de uma violenta retomada das contaminações de sua gente pelo coronavírus, fazer um apelo para uma volta às aulas de forma indiscriminada e sem qualquer protocolo nacional uniforme que proteja todos os envolvidos, é mais que uma irresponsabilidade; é um outro crime - ao lado de tantos outros já cometidos por Bolsonaro. Pois foi isso o que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, fez na noite desta 3a feira, 20 de julho, evidentemente com o cuidado de deixar claro - como seu chefe insiste - que o governo federal não tem nada a ver com isso. Mas em coro com todos os dirigentes políticos que durante a pandemia fizeram o jogo dos empresários, Ribeiro não precisou nem se esforçar em mentir: é da sua formação obscurantista negar o próprio colapso sanitário e os cuidados para combatê-lo, entre eles o isolamento social, como prova o imobilismo de sua gestão durante a crise (leia aqui)
Voltar às aulas é inevitável, como todos sabemos, mas para que isso respeite normas sanitárias inteligentes é preciso que o processo todo esteja sob o controle social das e dos profissionais afetados pelos efeitos da retomada. Não são os governadores ou os empresários do ensino, nem mesmo a burocracia da gestão escolar, os que devem decidir sobre prazos, processos ou medidas preventivas, mas professoras, professores e profissionais da saúde. Obtuso como é, o ministro vai na linha do capo, isto é, a demonização fascista do coletivo - mesmo que isso signifique levar as mortes no Brasil ao número trágico dos 600 mil óbitos.
Leituras sugeridas: * Ministro da Educação pede volta às aulas (Uol) * Sem abordar Pandemia, MEC gasta 1,6 milhão até maio (Uol).
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