
O fim da exigência do diploma decidido pelo STF e a ameaça de que tenham sua existência posta em dúvida pela qualidade do ensino que oferecem está levando alguns cursos de jornalismo a reformas curriculares precipitadas que podem agravar ainda mais a sua mediocridade. Evidentemente, há as exceções de sempre representadas pelas faculdades que têm projeto pedagógico definido e consistente e que procuram oferecer aos alunos formação universitária sólida. Mas, a julgar pela matéria publicada na Folha desta semana, uma boa parte dos cursos está promovendo mudanças meramente cosméticas, num afobamento que pode trazer como resultado um distanciamento ainda maior entre os desafios do jornalismo e a qualificação dos alunos para enfrentá-los.
Em tempo: boa a iniciativa da Cásper Líbero em oferecer "a estudantes de graduação ou portadores de diploma de nível superior (de qualquer área do conhecimento)" o curso A arte de fazer jornalismo. A proposta, muito bem estruturada e sob responsabilidade de profissionais qualificados que atuam na imprensa e na universidade, é (até onde sei) a primeira investida de uma instituição na nova realidade criada com o fim da exigência do diploma. As reações de ira e de reprovação manifestadas nas listas de discussão da área não contribuem em nada para adensar o debate em torno das novas perspectivas do ensino de jornalismo.
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