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Somos 99%, repete o cartaz na mão da coreana |
Esta postagem, no entanto, não é uma resenha da obra de Sennett; é apenas uma associação que ela vem me permitindo fazer com essa explosão de ânimo que tomou conta de várias cidades do mundo no dia de ontem, uma data que vai ficar registrada pelos sintomas de esgotamento que ela foi capaz de demonstrar em relação às bases de legitimação simbólica do capitalismo. Não se trata ainda, até onde sou capaz de perceber, de uma perda de sustentação política ou ideológica - pois que os ritmos do poder nesses dois campos permanecem inalterados -, mas de um indício da corrosão (para usar o conceito do livro referido acima) da crença na sua viabilidade.
Lá pelas tantas, Sennett estabelece uma distinção interessante entre os dois grandes regimes de gestão dos países do núcleo principal do capitalismo - os modelos do "Reno" e o "anglo-americano", distintos entre si pela maior ou menor regulação que o Estado exerce sobre as atividades econômicas. Para o autor, esses regimes têm "diferentes" defeitos, mas não há como contornar o fato de que, do ponto de vista social, as deficiências do modelo anglo-americano são extraordinariamente maiores.
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