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A edição do Estadão do dia seguinte ao AI-5: uma primeira página que traduz o isolamento dos militares. E as primeiras notícias da censura à imprensa... _____ |
A medida veio como reação à recusa da Câmara Federal em aceitar a punição do deputado Márcio Moreira Alves que meses antes havia discursado contra os militares, mas certamente era inevitável diante do isolamento que o governo de Costa e Silva vivia em razão do crescente sentimento de repúdio da população ao regime inaugurado em 64.
47 anos não é pouco e eu penso que as transformações pelas quais o Brasil passou nesse período foram bastante contraditórias e complexas - a mais séria delas - segundo entendo -, uma profunda crise de representação que nos deixa sem instrumentos para adequar o nível de modernização econômica que atingimos à modernidade das nossas práticas políticas, que apenas ensaiamos.
Pensando bem, os mesmos grupos reacionários e atrasados que deram base de apoio aos militares no endurecimento do regime em 68 são ainda os que não aceitam a plena democracia e a emergência ao poder de setores sociais segregados historicamente pelas elites. Ou alguém duvida de que não seja esse o significado do golpe que a tentativa de impedimento da presidente Dilma Rousseff representa?
Não é verdade que estamos do mesmo jeito que há 47 anos, mas também não deixa de ser verdade que falta bastante ainda para que os resultados do fim da ditadura se traduzam na consolidação plena da democratização do Estado.
Leia também: * A íntegra do AI-5 (Presidência da República) * AI-5. O mais duro golpe do regime militar (CPDOC) * Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça (Memórias Reveladas).
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