Desde o início de junho, todos os institutos de pesquisa constatam um crescimento da rejeição a Michel Temer. Por motivos variados, mas em especial em razão das sucessivas denúncias do seu envolvimento com os esquemas de corrupção que transcendem os limites da Lava Jato, o interino, que nunca gozou de qualquer prestígio na opinião pública, começa a amargar um nível de reprovação popular cujos efeitos podem se fazer sentir na votação do processo do impeachment em agosto: como está cada vez mais difícil encontrar alguém que aposte com segurança na derrota de Dilma, muitos senadores não querem ver seus nomes associados à farsa que a gestão Temer representa e parece ficar cada vez mais evidente. Aliás, é sugestivo esse encontro de Temer e Cunha noticiado pelo Estadão: são siameses e torço para que caiam juntos.
O cenário agora parece caminhar para a consolidação desse isolamento do golpista: segundo a BBC, que divulga levantamento feito pelo Ipsos Public Affairs (leia aqui), as curvas de aceitação e de reprovação da presidente eleita e do seu interino, caminham em direções inversas sempre favoravelmente a Dilma. As explicações que os entrevistados pelo site dão para isso são diversas, mas algumas delas parecem cravar uma dificuldade que Temer dificilmente vai conseguir superar: de um lado, a natureza corrompida de suas práticas políticas, como se pode ver pelo volume de denúncias divulgadas contra ele todos os dias, entre as quais as que falam sobre o verdadeiro leilão de cargos que o interino vem fazendo em troca de votos favoráveis ao impeachment no Senado; de outro, o caráter socialmente excludente e economicamente recessivo de suas propostas de gestão.

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