Sylvia Debossan Moretzsohn, professora de Jornalismo da UFF
Análise publicada originalmente no site do Observatório de Ética Jornalística - ObJETHOS
O show da força-tarefa da Operação Lava Jato na acusação do ex-presidente Lula como o grande capo da "propinocracia" não gerou apenas um meme de grande impacto. Produziu também uma enorme ironia: a insinuação de manipulação de informações, apontadas justamente por quem mais entende do riscado - as grandes empresas de comunicação. A frase "não temos prova, mas temos convicção" começou a circular pelas redes logo depois que o procurador Roberson Pozzobon alertou para a ausência de "provas cabais" de que Lula fosse de fato o proprietário do tal triplex do Guarujá. Pouco antes, em sua longa explanação, o líder da força-tarefa, Deltan Dallagnol, havia falado em "convicção", mas prometera provas. A associação das duas falas produziu a frease que, junto com o canhestro power point de bolinhas azuis exibido na apresentação do MPF - e que também foi objeto de inúmeras paródias -, provocou a onda de reações que variou entre o escárnio e o protesto indignado (continue a leitura).
Leia ainda: * Procuradores da Lava Jato querem igualar provas a convicção e ilação (Janio de Freitas, Folha) * Vai ter luta (André Singer, Folha) * Sobre a fase 2 do golpe, as eleições e o passaporte (Rovai, Revista Fórum) * Xadrez dos desdobramentos do Power Point (Nassif, GGN) * O maluco solitário e o Ministério Público (Valor)
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