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A mulher amaldiçoada, na pintura de 1859. Estivesse exposta no Santander e seria apedrejada pelo MBL |
O episódio, que enche a sociedade brasileira de vergonha na mesma medida do caráter reacionário que o alimenta, deve ter sido aquele que maior repúdio e rejeição recebeu nas redes sociais e na mídia tradicional, mas é um episódio que traduz na sua sandice uma certa coerência com a profunda crise em que estamos mergulhados: de que outra forma uma presidência da república tomada de assalto por bandidos e desqualificados em geral mereceria tal simetria de propósitos? No final das contas, a excrescência que se manifesta no quadro político brasileiro é mesmo o melhor resultado que as nossas elites empresariais são capazes de promover; elas e os funcionários subalternos que a servem agachados e rendidos. Esse é o Brasil que emergiu do golpe de 2016.
Vale a pena ler também * Não há arte possível para a gente de bem (O Globo) * Especial Liberdade de expressão na arte (Estadão) * Não há pedofilia, diz promotor após visitar mostra (Correio) * O MBL vai nos dize o que podemos ver e como devemos pensar?, diz o curador da mostra do Santander (DCM) * Quais são e o que representam as obras que causaram o fechamento da exposição (Zero Hora) * Museus já adotam autocensura para evitar repetição do caso Santander (Estadão) * Queermuseum: ninguém está obrigado a visitar a exposição (El País).
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