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Previdência: a amargura da incerteza sob as patas do grande capital |
Pensei que as cenas que chocaram o mundo durante
a vergonhosa sessão da Câmara de 17 de abril de 2016, quando o golpe contra a presidente eleita Dilma Rousseff foi "votado" pelos deputados, tivessem sido o apogeu refinado da indignidade. Pura ilusão: Temer consegue se superar em matéria de canalhice, como é possível observar agora com a
notícia de que algo em torno de 14,5 bilhões de reais estão sendo gastos na compra de votos parlamentares para aprovar a reforma da Previdência. O objetivo das mudanças é o mesmo de todas as outras reformas promovidas até agora: uma pretensa austeridade nos gastos públicos como forma de equilibrar a economia e de retomar o crescimento econômico. Mentira: o objetivo é sufocar os direitos sociais e garantir os lucros estratosféricos de bancos e empresas em geral. Quem paga a conta? A senhora da foto acima, amargurada pela incerteza que lhe causa tudo que.a cerca.
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Cenas de arrepiar documentam o estágio de incivilidade a que chegamos: deve ser uma doença
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Enquanto isso, no país dos palermas, a massa de manobra constituída pela classe média consumista faz a
festa no black friday. Uma espécie de picadeiro armado no Brasil inteiro numa corrida de obstáculos para conferir a vantagem de uma suposta queda de preços na bem articulada propaganda enganosa promovida pelos e para os empresários - que devem estar às gargalhadas sob a vigência da nova legislação trabalhista. Pouca coisa se equipara a esse paradoxo que os jornais exibem hoje: uma sociedade sem direitos seduzida pela orgia da exploração e da vigarice política. Eis aí o caldo de cultura que constitui a nossa peculiaridade no século XXI.
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