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Galileu e o significado do isolamento social das ideias sob a opressão do poder |
Violência anti-intelectual da classe média sustenta Bolsonaro
Christian SchwartzFolha
Autor rejeita ideia de cisão identitária na eleição e atribui resultado a camadas que veem a Educação como algo ornamental
Há uma pergunta que, respondida em toda a sua complexidade, tem o potencial de iluminar muito do que se passou na política brasileira recentemente. É a seguinte: por que caminhos (ou diabos) o “Não me representa” dos protestos de junho de 2013 rapidamente virou o “Mito! Mito!” que anima o comício permanente de Jair Bolsonaro —e deve ser, ao que parece, uma espécie de grito de guerra deste governo tribal?
Num texto recente, a jornalista e escritora Eliane Brum lançou a tese de que, segundo ela pela primeira vez na história do Brasil, o presidente é um “homem mediano”. O argumento avança em três movimentos.
Expõe, primeiramente, o que seria um contraste: ao contrário de todos os seus antecessores no cargo (o texto silencia, curiosamente, sobre a única antecessora, nem uma só vez mencionada), Bolsonaro careceria de excepcionalidade. “Jair Bolsonaro é o homem que nem pertence às elites nem fez nada de excepcional. Esse homem mediano representa uma ampla camada de brasileiros”, escreve a jornalista.
Nas duas etapas seguintes, reafirma a explicação padrão de nossos intelectuais ditos progressistas para o fenômeno, este sim inédito, de um presidente de extrema direita (continue a leitura).
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Leia ainda: * O culto da estupidez. Pulp ficction: tempos de Bolsonaro (Le Monde) * O artigo de Eliane Brum referido no texto de Schwartz: O tio do churrasco que chegou à presidência (Outras Palavras) * Bolsonaro é o resultado da atrofia do imaginário brasileiro (Ilustríssima) * Intelectuais de internet chegam ao poder: a luta de classes do saber (Le Monde).
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