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Capitólio, EUA, 6 de janeiro de 2021: o desespero das hordas de Trump |
A tentativa derradeira de implodir os resultados das eleições presidenciais nos EUA pode significar o estreitamento fatal das bases sociais de apoio de Trump. A constatação me parece evidente pois é justamente a obediência à regularidade do regramento institucional que assegura o controle do sistema político e econômico pelas forças do capital. A desordem fascista é a ruptura da doxa do poder e, frente a isso, o apelo a um golpe de estado, ainda que acompanhado pela exitação de segmentos populares, tende a se esvaziar. No final das contas, penso que é a regularidade e o controle das regras do jogo constitucional que devem prevalecer já que é delas que o 'sistema' tira a base de sua hegemonia.
Em razão dessa lógica é que me parecem incompletas as análises que apontam a permanência do trumpismo como programa político de longa duração nos EUA. O crescimento da pobreza, a persistência da recessão econômica, o isolamento internacional e a inabilidade autoritária em lidar com fatores conjunturais como a pandemia podem evidenciar o oposto, Se isso se confirmar, como eu imagino que se confirme no médio prazo, os espasmos fascistas representados por Trump e Bolsonaro terão vida curta, ainda que para isso exijam da sociedade resistência e alternativas orgânicas e programáticas.
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Leituras sugeridas: * Congresso confirma vitória de Biden (Estadão) * Seis de janeiro entrará para a história como a 1a tentativa de golpe nos EUA (Carlos Eduardo Lins da Silva, Uol) * Após invasão, Bolsonaro diz ter ligado a Trump e afirma, sem provas, que eleições nos EUA foram fraudadas (Estadão) * Lider de grupo empresarial pede que Trump seja removido (Valor) * Como o Partido Republicano se tornou feroz (Paul Krugman, Carta Maior) * Chanceler brasileiro chama invasores de 'cidadãos de bem' (Opera Mundi) * O fim da ilusão americana (Piauí) * A democracia na crise da meia idade (Piauí) * A derrota de Trump: antologia de uma queda (clipping do blog).
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