Rita Casaro (Socialismo e Liberdade)
A Eletrobras está entre os principais instrumentos estatais que alavancaram a industrialização do Brasil. Num país de fraca acumulação de capital e dominado pelos interesses de uma burguesia parasitária, foi o aporte do Estado nos investimentos de infraestrutura desde a Era Vargas que tornou possível o crescimento econômico e a chegada do país ao topo do ranking dos países periféricos que conseguiram a modernização econômica - ainda que isso não tenha se traduzido em desenvolvimento social ou sequer em redução estrutural da selvagem concentração da renda que nos acompanha de forma reiterada e sistemática.
A privatização da Eletrobras, a caminho de se tornar uma triste realidade a julgar pela (pequena) maioria de votos no Senado que aprovou a MP que trata do assunto, é um golpe não apenas na soberania nacional - na medida em que transfere para mãos privadas um setor estratégico da vida brasileira; é também um estelionato pois que o prometido aumento na capacidade geradora de energia virá do financiamento da própria sociedade os recursos para isso.
Vale a pena acompanhar a discussão que o tema provoca e fortalecer a luta para que, apesar da derrota sofrida no Senado, a privatização da estatal não avance.
* Por que é insano privatizar a Eletrobras (Outras Palavras) * Eletrobras: negociata e destruição (Paulo Kliass, Carta Maior) * Venda da Eletrobras: apagão em meio às trevas (Outras Palavras) * O Brasil antes da criação da Eletrobras (El País) * Governo joga para a sociedade prejuízo da privatização (Estadão) * Com foco na CPI, Congresso legisla em causa própria (Estadão).
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