
Bolsonarismo e Cultura
Quando ouço falar em cultura, procuro meu revólver (Herman. Göering)
Bolsonaro embaralha os sinais de seus enunciados ideológicos, mas não o faz de maneira involuntária, como se seu discurso fosse o resultado de uma colagem caótica de textos. Ao contrário: é essa aparência que se torna o jogo de sedução do senso comum e é nessa medida que é pensada: um complexo de representações que articula e mobiliza a angústia totalitária do conformismo.
Nada disso é novo, como é possível perceber em movimentos históricos semelhantes que servem ao genocida como paradigma. O que é novo é a narrativa desenvolvida como uma metodologia de paradoxos.
Trago aqui, nesta brevíssima reflexão, aquele que me parece ser o melhor exemplo dessa marca discursiva: a relação ambígua que Bolsonaro mantém com o antissemitismo: fruto, a um só tempo, da pulsão nazi-fascista quer move o apelo da extrema direita e do apego ao sionismo como chave ideológica anticomunista e anti-decolonial. Nada disso é casual, como é possível perceber em perspectiva, mas é na relação com a Cultura onde se percebe a lógica destrutiva que essa construção ideológica adquire - espaço onde essas duas linhas aparentemente contraditórias encontram a convergência totalitária que os textos abaixo mostram. Fica aberto o debate.
* Bolsonaro, os judeus e o antissemitismo (Fábio Zuker e Pedro Beresin, Piauí) * A anticultura bolsonarista (Paulo Roberto Pires, 451) * Bia Kicis flerta com o nazismo (Intercept) * Pesquisadora encontra cartas de Bolsonaro publicadas em sites nazistas (Intercept).
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