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Recompondo as energias para o 2o semestre: toda a luta para derrotar Bolsonaro e os gangsters que o apoiam |
História, Cultura, Comunicação
domingo, 3 de julho de 2022
Férias
A ofensa contra a inteligência brasileira
O encontro de Machado de Assis com Daniel Silveira na Biblioteca Nacional
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"Em nosso país a vulgaridade é um título, a mediocridade um brasão” (Machado de Assis) |
domingo, 26 de junho de 2022
Lula presidente!
Alegria do povo: Bolsonaro sem registro, cassado e preso
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A delinquência se desnuda. Janio de Freitas (Folha) |
O jantar era um velório antecipado e os convivas não sabiam. Foram convidados a homenagear Gilmar Mendes pelos 20 anos completados no Supremo. Nunca houve isso, nem o patrocinador do gasto público, presidente da Câmara, é dado a finezas. Quem não percebeu na ocasião ainda pode saber que Arthur Lira aproveitou a data para proporcionar na casa oficial, entre dezenas de figurantes ilustres ou longe disso, o encontro desejado por Bolsonaro com o ministro Alexandre de Moraes.
Há dúvida sobre o tempo em que conversaram o acusado e o condutor das ações penais contra Bolsonaro. Menos de 48 horas depois, o que tenha sobrado da conversa destroçava-se, ao som de diálogos a um só tempo suaves e fulminantes do casal Milton Ribeiro.
O aviso de Bolsonaro ao ex-ministro e pastor, sobre busca da Polícia Federal em sua casa, não foi só interferência contrária a uma investigação da Polícia Federal. Não foi só a violação de sigilo oficial por interesse particular e criminal. Não foi só o conhecimento de motivos para prevenir o ex-ministro.
É também um chamado ao Tribunal Superior Eleitoral para considerar a nova condição do candidato Jair Bolsonaro. No mínimo, suspendendo-lhe o registro até que o Supremo defina os rumos processuais do caso e, neles, a condição do candidato implicado. Isso independe da responsabilização de Bolsonaro como presidente.
É um sistema quadrilheiro que começa a desvendar-se. Ficam bem à vista duas estruturas que têm a Presidência da República como elo entre elas. Uma age dentro da administração pública, em torno dos cofres, e reúne pastores da corrupção religiosa, ocupantes de altos cargos e políticos federais e estaduais. A outra age do governo para fora, na exploração ilegal da Amazônia, em concessões injustificáveis, e em tanto mais. Duas estruturas independentes que se conectam na mesma fonte de incentivos, facilitações e proteção para as práticas criminais.
A investigação de todo esse dispositivo de saque é complexa. O desespero do pastor Arilton Moura emitiu uma informação de dupla utilidade, para os investigadores e para os seus camaradas de bandidagem: "eu vou destruir todo mundo", se a sua mulher for atingida de algum modo.
Logo, são muitos os implicados, incluindo esposas como possíveis encobridoras de bens ilegais. E, contrariando sua simpática discrição, mesmo Michelle Bolsonaro e suas ligações com pastores da corrupção, a começar com Milton Ribeiro por ela feito ministro.
O que se sabe do "todo mundo" está longe da dimensão sugerida pelo pastor. Uma das várias dificuldades iniciais para avançar com a investigação está na própria PF, em que se confrontam a polícia de policiais e a polícia de delinquentes (por comprometimento político ou não).
O embate público dos dois lados apenas começou, com a certeza de que o aviso dado por Bolsonaro partiu da PF contra a PF e, preso o ex-ministro, com ações a protegê-lo..
É imprevisível o que se seguirá no confronto de extrema gravidade: sem uma limpeza no quadro de chefes de inquéritos, a confiança na PF dependerá de saber, como preliminar, se a ação policial é de policiais ou de delinquentes. E não é fácil sabê-lo.
Note-se, a propósito, que eram dois os informados da então próxima prisão de Milton Ribeiro: o diretor-geral da PF, delegado Márcio Nunes de Oliveira, e o delegado Anderson Torres, ministro da Justiça que acompanhava Bolsonaro nos Estados Unidos, sem razão oficial para isso, quando o ex-ministro recebeu de lá o telefonema sobre a busca policial. Sem o esclarecimento dos seus papéis nessa transgressão, os dois bastam para comprometer a PF até como instituição.
Quando Bolsonaro procurava o ministro Alexandre de Moraes, com pedidos ou propostas, já o lado policial da PF cuidava de expor, na voz do ex-ministro, o crime de responsabilidade do presidente ilegítimo. Bolsonaro ruía com seu governo e seus pastores. O Brasil real escancarava-se outra vez, faltando-lhe mostrar, no entanto, onde o bolsonarismo militar vai encaixar, no novo cenário, o seu inimigo —a urna eletrônica, preventiva da corrupção também eleitoral.
quinta-feira, 23 de junho de 2022
Lula Presidente!
Contra corrupção e desastre social, Lula vence no primeiro turno
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A quadrilha: Milton Ribeiro (à direita de Bolsonaro) e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura (à direita de Ribeiro) |
quarta-feira, 22 de junho de 2022
Na reta final
Indícios são fortes de que bolsonarismo comanda rede de aparelhamento corruptor do Estado
terça-feira, 21 de junho de 2022
O pingo nos is
quinta-feira, 16 de junho de 2022
A tragédia brasileira
Bruno e Dom
Onde estamos nós?
Angela Pappiani (Outras Palavras)
Há mãos que violentam corpos e almas insurgentes. Mas, por trás delas, existem cabeças que vivem bem distantes do inferno amazônico. É preciso desmascará-las também. Vivemos em guerra. Bruno e Dom decidiram de qual lado estar (continue a leitura).
Com a tragédia de Dom e Bruno, um limite foi ultrapassado na Amazônia
Eliane Brum (IHU)
Até os organismos mais primários têm instinto de sobrevivência. Faço aqui um apelo ao instinto de sobrevivência de cada um. Tudo o que estamos fazendo não é suficiente. É hora de fazer não apenas o que sabemos, mas o que não sabemos. Não apenas por altruísmo ou por compaixão pelos que tombam. Mas pela vida. A guerra da Amazônia é a guerra deste tempo. A guerra da Amazônia é a guerra contra os comedores de planeta. Coube a nós, que ainda estamos vivos, travar essa guerra. Que tenhamos vergonha na cara e lutemos (continue a leitura).
Sumiço e selvageria política
João Biehi (piauí)
Ao ouvir a notícia alarmante de que o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira desapareceram numa área remota da Floresta Amazônica no domingo, 5 de junho, reabri imediatamente a mensagem de WhatsApp que Dom havia me enviado apenas três semanas antes. Estávamos em comunicação desde o outono de 2019, quando o Brazil LAB, uma iniciativa interdisciplinar da Universidade de Princeton, organizou uma conferência explorando uma nova visão para salvaguardar a Amazônia para o Brasil e para o planeta. É preciso lembrar sempre que, nos últimos cinquenta anos, 20% da Floresta Tropical brasileira já foram perdidos para a extração ilegal de madeira, para a pecuária e para megaincêndios. Dom ficou intrigado com o inovador modelo climático que meus colegas Stephen Pacala e Elena Shevliakova desenvolveram, simulando o que aconteceria com o clima do mundo até 2050 caso a Amazônia fosse desmatada completamente (continue a leitura).
A Amazônia é deles
Tatina Dias e Rafael Moro Martins (Intercept)
O cruel assassinato de Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips, temido desde o desaparecimento deles no Vale do Javari e confirmado na quarta passada, é uma consequência direta do projeto dos militares brasileiros – particularmente os do Exército – para a Amazônia brasileira (continue a leitura)