História ℰ
Cultura
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Desenvoltura de Lula na entrevista coletiva que concedeu ao lado de Macron mostra competência política do presidente brasileiro sobre os principais desafios globais e regionais, da questão ambiental à matança de palestinos promovida por Israel em Gaza.
Divórcio entre os dois marginais da política global desencadeia terremoto político e libera ação das forças progressistas, inclusive no Brasil (IHU)
# O fim do romance entre o milionário e o presidente (BBC)
# Uma briga didática. Hélio Schwartsman (Folha)
Reduzir figuras como Donald Trump ou Jair Bolsonaro a estupidez, ignorância, primitivismo, autoritarismo e narcisismo tornou-se uma atitude tão generalizada quanto desalentadora. Revela uma demissão do campo progressista de compreender o que está acontecendo. Marcos Nobre (Piauí, acesso exclusivo para assinantes)
“Não em nosso nome”. O chamado urgente aos judeus e judias brasileiras contra o genocídio em Gaza
“Por maior que seja uma nação, se amar a guerra, perecerá; por mais pacífico que seja o mundo, se esquecer a guerra, estará em perigo”. Wu Zi, antigo tratado militar chinês
# Os precursores. Carla Zambelli, Collor e os possíveis destinos dos Bolsonaro (Piauí)
# STF mantém condenação de Carla Zambelli: 10 anos por invasão ao SNJ (G1)
# PF não localiza Eduardo Bolsonaro (G1)
# Interrogatório de reús vai reunir todos os indiciados pelo golpe (G1)
# Bolsonaro afirma que transferiu R$ 2 milhões a Eduardo nos EUA via Pix: "o dinheiro é meu e é limpo"(Folha)
# Para "ensaiar" depoimento no STF, Tarcísio hospeda Bolsonaro no Palácio dos Bandeirantes (Folha e Sakamoto)
# STF na marcha pelo fim do direito do trabalho
Gabriel Lima (A Terra é redonda)
# Por que o crescimento evangélico desacelerou no Brasil. Mariama Correia (Pública)
# Fazenda e rentismo, flerte sem fim. Paulo Kliass (Outras Palavras)
# Sítios arqueológicos ligam SP e Salvador Rosemeire Almeida (Le Monde)
# Mendonça relativiza mentiras e sugere autorregulação das redes sociais (Pública) # Mendonça está certo sobre regulação das redes (Folha) # Mendonça vota a favor das big techs e responsabilização das redes só depois de decisão judicial (Folha) # Voto de Mendonça é 'vacina' contra Moraes (Folha)
Professor Tales Ab'Sáber descreve, no site A Terra é redonda, como foi sua experiência com a produção de um texto com o auxílio do aplicativo Copilot, da Microsoft (acesse)
A morte do fragmento: como o Copilot da Microsoft reduziu minha crítica ao fascismo a clichês democráticos
Em uma noite em que acordei de madrugada resolvi escrever as ideias que me despertaram. Tendo apenas o tablet por perto, lembrei-me que, finalmente, eu deveria baixar o programa de escrita que usamos em todos os computadores. Seria bom começar a escrever por aqui. Há muito eu deveria ter parado de conviver com fragmentos de texto e escritos desajeitados escritos em aplicativos desapropriados.
Eu queria escrever uma pequena nota sobre o fato de o pensamento mágico estar no fundo da política fascista, enquanto sua liberdade imaginária garantida pela submissão ao senhor do ideal do eu. Isso em oposição ao controle obsessivo da mágica, própria do cidadão político, esse ser esvaziado de paixões, conformado à democracia liberal. Ainda vou voltar a esse problema. Ao baixar o famoso programa de edição, na forma de um aplicativo, comprado na hora, ele veio acoplado a uma pequena tela auxiliar na base tela tradicional. Nele estava escrito o nome de uma nova e desconhecida máquina: Copilot.
Não entendi o que era aquilo. Havia algo escrito na caixinha, como “rascunho”, e uma seta de entrada, que indicava para o espaço principal de escrita. Como eu não conseguia escrever diretamente na página do editor, como faço agora – o programa apenas não liberava o espaço…–, resolvi escrever naquela caixinha. A página normal do Word estava bloqueada, mas a caixinha estava aberta à escrita. Formulei um pequeno texto. Queria que ele ficasse bom para os meus critérios de hoje.
Ao terminar, apertei o comando que deveria dar entrada do rascunho na página tradicional do editor de texto. Para a surpresa de um imenso ignorante, meu escrito não foi transferido. Após alguns segundos de trabalho, em que o programa indicava estar pensando, meu texto conciso, do gênero do fragmento, foi transformado pelo programa em uma pequena dissertação, de comunicação genérica de tipo jornalística. Foi essa redação, e não o que escrevi, que apareceu no editor.
Li com espanto a “re-subjetivação” que a inteligência artificial havia feito de meu trabalho. Ela desenvolveu passagens, acrescentou ideias e deu extensão ao fragmento original, mais denso, parcial e concentrado, como preferi. Tudo ficou muito claro, algo de uma certa poética ou estilo se perdeu, e as ideias foram transformadas em uma espécie de pensamento geral corrente, que me pareceu de caráter mundial.
Uma demonstração, sem sombra de atrito, como queríamos demonstrar, como queremos ser iguais, na linguagem geral, já pronta para uma exposição de power point, para uma plateia qualquer, em qualquer lugar do mundo. Lá estavam também os inevitáveis clichês democráticos, de um humanismo esmaecido e kitsch. Repetição de noções genéricas vazias, cuja força está apenas na repetição no vazio. Me senti magicamente transformado, parecido com aqueles palestrantes que vemos em filmes e em cortes de YouTube, que se exibem em encontros de interesses empresariais disfarçados de ação cultural, ou em feiras de salvação do mundo.
Em poucos segundos um significativo trabalho além do meu foi realizado. Mas em direção oposta a ele. O trabalho de milênios de civilização e violência, de transformarmos a todos na linguagem equalizada da “inteligência geral”, do nível de técnica do tempo, foi imposto ao meu pensamento pela máquina.
Mundo comum, de textos com o mesmo estilo mundial, feitos rapidamente por captura da informação, e do trabalho alheio, de todos nós. Fui apresentado, mesmo sem querer, e não tendo nada a ver com isso, a um dos aspectos do apocalipse textual, o verdadeiro fim da escrita que nosso tempo anuncia, que será o duplo necessário do já adiantado fim da leitura.
Apresento aqui o texto que meu parceiro algorítmico Copilot resolveu fazer sobre meu fragmento de ensaio. Depois que ele escreveu o seguinte, experimentei apertar o botão de “reciclagem”. O coautor escreveu, em mais poucos segundos, uma segunda comunicação sobre as minhas linhas originais, que perdiam a fibra e viravam apenas argumentos, informes. Não há original, só há versões.
Apertei novamente o botão de reciclar, e o programa produziu uma terceira dissertação, evocando um pouco aspectos do texto original, mas agora forçando um caráter filosofante, se aproximando minimamente, por fim, da tensão entre ideia e forma. Imagino que se eu apertasse um milhão de vezes o botão de reciclar o programa acabaria por me dar a mais perfeita redação possível para uma inteligência artificial: o meu próprio texto.
Seguem as três versões de minhas ideias, escritas em parceria com o Copilot. Eu tentei de todo modo encontrar algum outro botão, que voltasse tudo atrás. Mas a Microsoft decidiu que eu não deveria mais lembrar do que de fato escrevi.
Primeira versão – o pensamento mágico e as subjetivações políticas
O pensamento mágico, uma força que habita as profundezas do imaginário humano, emerge nas subjetivações políticas como uma engrenagem central da dinâmica psíquica e social. Ele não apenas molda as práticas artísticas, onde a criação brota do intangível, mas também permeia as estruturas que sustentam fenômenos como o fascismo, em sua mais crua e paradoxal liberdade de destruição.
O pensamento mágico: entre arte e política
No âmbito da realização artística, o pensamento mágico é celebrado como um potencial criativo. É a capacidade de transmutar ideias, sentimentos e visões em formas concretas que encantam e provocam. No entanto, quando transposto para o domínio político, o pensamento mágico assume uma posição ambivalente. Ele pode ser um motor para utopias e mudanças, mas também uma ferramenta para manipulação, alienação e violência.
Fascismo e a reanimação do mágico
No fascismo, as potências do pensamento mágico renascem, mas de maneira distorcida. A liberdade invocada pelo fascista não é a liberdade iluminadora e emancipadora, mas a liberdade destrutiva, que se manifesta na violência e na eliminação do outro. Essa liberdade é, na verdade, uma servidão mascarada, uma submissão absoluta a um “líder” ou a uma entidade externa que dita a existência do indivíduo.
O fascista perdeu a chave do controle sobre a dimensão mágica. Sua obsessão é, paradoxalmente, simples e repetitiva: ele busca um líder que determine o que fazer e quem ele é. Essa entrega total não é apenas um ato de desresponsabilização, mas a efetivação de uma mágica da irresponsabilidade, onde a ação individual se dilui na vontade do outro, do chefe, do “coiso”.
A psicodinâmica da submissão
A submissão do fascista ao líder transcende a política; é um fenômeno psíquico. Ele não se limita por imperativos internos, pois seu limite é externo, encarnado no chefe. Esse líder é transformado em um totem de poder, um objeto tanto de amor quanto de desprezo. Assim, o fascista goza na submissão, encontrando prazer na abdicação de sua autonomia. Sua liberdade reside em ser liberado pelo “sonho do senhor” para agir sem restrições, para destruir e subverter as estruturas democráticas que o obrigam a reconhecer o outro como igual.
Considerações finais
A força do pensamento mágico, enquanto elemento intrínseco ao psiquismo humano, pode ser tanto criativa quanto destrutiva. No contexto político, especialmente nas dinâmicas fascistas, ele se torna uma arma poderosa de manipulação e alienação. A ruptura dessa lógica exige a recuperação da responsabilidade e da autonomia, um antídoto contra a mágica da submissão e do autoritarismo. É um desafio que demanda não apenas resistência política, mas também a compreensão profunda das forças psíquicas que moldam nossas ações e subjetividades.
Segunda versão – o pensamento mágico e as dinâmicas políticas e artísticas
Explorando as raízes psíquicas e sociais do fascismo e da arte
O pensamento mágico, frequentemente associado às dinâmicas do inconsciente humano, emerge como um elemento central tanto nas subjetivações políticas quanto na realização artística. Ele opera como uma ponte entre o racional e o irracional, permitindo que ideias e desejos latentes se cristalizem em ações ou expressões, muitas vezes com consequências imprevisíveis. Quando canalizado para o campo do fascismo, contudo, este tipo de pensamento adquire contornos perturbadores, subvertendo a liberdade criativa em favor de uma lógica de destruição, submissão e eliminação.
O pensamento mágico e o fascismo
No fascismo, o pensamento mágico é reativado e transformado. Conceitos como “liberdade” são distorcidos para justificar atos de violência e repressão. A liberdade, nesse contexto, não é uma busca por autonomia ou emancipação, mas uma permissão para aniquilar o outro, visto como inimigo ou ameaça. O fascista renuncia ao controle do que é mágico, ou seja, à capacidade de imaginar e construir narrativas que transcendem a violência. Em vez disso, ele se agarra a uma obsessão simplista e repetitiva: seguir um líder que lhe dita quem é e o que deve fazer.
Essa transferência de responsabilidade para o “ideal do eu líder” cria uma dinâmica de despersonalização. O “eu” do fascista está inteiramente projetado no outro, no chefe, que se torna o centro de poder e autoridade. Essa mágica da irresponsabilidade permite uma atuação ilimitada, onde os impulsos mais destrutivos são legitimados pela autoridade externa. O fascista, então, encontra prazer na submissão absoluta, idolatrando figuras como reis, papas, ditadores e pastores. Ele se entrega ao destino alheio, ao mesmo tempo em que se considera “livre” para agir de acordo com os desejos e ordens do líder.
O prazer na submissão
O fascista experimenta uma forma peculiar de prazer na submissão. Ele encontra satisfação em ser simultaneamente objeto de amor e desprezo do líder, situando-se como instrumento das forças superiores que personificam o destino. Este prazer está enraizado no desejo de abdicar da responsabilidade individual e de ser conduzido por uma figura de autoridade. Na mente fascista, a submissão não é fraqueza, mas uma libertação: a liberdade de agir sem constrangimentos morais ou democráticos, mesmo que isso signifique destruir instituições, como a democracia, ou atacar os direitos dos outros cidadãos.
O pensamento mágico na arte
Por outro lado, o pensamento mágico também desempenha um papel fundamental na realização artística. Na arte, ele não é uma força destrutiva, mas criativa. Ele permite que o artista transcenda os limites da realidade, canalizando os desejos, medos e esperanças humanos em formas simbólicas que inspiram e transformam. O pensamento mágico na arte é uma manifestação de liberdade, uma abertura para novos mundos e possibilidades.
Enquanto no fascismo o pensamento mágico é um instrumento de controle e destruição, na arte ele é uma ferramenta de emancipação e criação. Essa dualidade revela a complexidade do fenômeno e destaca a importância de compreender como ele opera em diferentes contextos.
Conclusão
O pensamento mágico é uma força poderosa, capaz de moldar tanto o melhor quanto o pior da experiência humana. No campo político, ele pode ser manipulado para justificar atos de violência e submissão, como ocorre no fascismo. Já na arte, ele encontra sua expressão mais elevada, permitindo a criação de mundos que transcendem a realidade. Compreender essas dinâmicas é crucial para resistir aos apelos do autoritarismo e para valorizar as capacidades transformadoras da imaginação humana.
Terceira versão – o pensamento mágico e suas manifestações políticas e artísticas
Uma reflexão filosófica sobre subjetividade e poder
O pensamento mágico, frequentemente relegado a um campo primitivo ou infantil da psique, é, na verdade, uma força profundamente enraizada nas dinâmicas de subjetivação política e realização artística. Ele opera como um tecido invisível que conecta desejos, crenças e narrativas com os atos e escolhas que moldam tanto sociedades quanto obras de arte. Nesse entrelaçamento, encontramos não apenas as possibilidades criativas do ser humano, mas também as suas potencialidades destrutivas, especialmente quando apropriadas por ideologias de dominação, como o fascismo.
A dimensão mágica na arte
Na esfera artística, o pensamento mágico transcende a racionalidade, abrindo espaço para a criação de mundos alternativos, capazes de ressignificar a realidade. Quando o artista se entrega a esse tipo de pensamento, ele abandona os limites do tangível e do verificável, permitindo que símbolos e metáforas se tornem realidades afetivas. A mágica na arte não é apenas um mecanismo de fuga, mas também uma forma de emancipação, possibilitando novos modos de perceber e vivenciar o mundo.
Esse tipo de subjetivação, entretanto, é um espaço de ambivalência. Se, por um lado, o artista é um agente ativo que usa o pensamento mágico para elaborar visões transformadoras, por outro, ele também é suscetível ao fascínio do irracional. A arte pode, assim, tanto subverter regimes de poder quanto reforçar mitologias autoritárias, dependendo de como as suas potências mágicas são mobilizadas.
O pensamento mágico no fascismo
No campo político, o fascismo é talvez a mais clara manifestação das potências destrutivas do pensamento mágico. Ele se estrutura como um teatro de crenças absolutas, no qual o líder encarna aquilo que é inalcançável para o indivíduo: o controle total sobre o destino, o poder de determinar a realidade, a liberdade suprema para agir sem consequências. O fascista, enquanto sujeito, entrega-se a essa estrutura mágica da liderança, substituindo a responsabilidade pelo conforto de ser dirigido por outro.
O fascismo reanima categorias “mágicas” como “liberdade”, mas de forma distorcida: não como um projeto coletivo, mas como uma permissão para o caos, para destruir, violentar e eliminar o outro. A liberdade fascista é, paradoxalmente, uma liberdade de submissão completa à figura do líder, que representa o único limite fora do eu. Essa desresponsabilização mágica permite que o indivíduo abdique de sua agência sem enfrentar o peso da culpa, enquanto se torna parte de um movimento que externaliza a violência como expressão de um destino “maior”.
A irresponsabilidade e o ideal do líder
Um dos aspectos centrais do fascismo é a magia da irresponsabilidade. O eu não mais pertence a si, mas transfere sua legitimidade e decisões à figura do líder, ou do “ideal do eu líder”. Isso cria uma dinâmica na qual o indivíduo se desliga de qualquer noção de limite ou ética interna. Não há dilemas, nem conflitos interiores, pois toda a autoridade emana de fora, de um outro que é totalizador.
O fascista, portanto, encontra prazer em sua posição ambivalente: ao mesmo tempo objeto de amor e desprezo do líder, e agente “livre” para executar os desejos projetados por essa figura superior.
O desafio da resistência
Como, então, resistir a essa força mágica que se infiltra tanto em projetos artísticos quanto em regimes políticos autoritários? A resposta talvez esteja em resgatar o pensamento mágico como uma ferramenta de construção, e não de destruição. É necessário reorientá-lo para práticas de criação coletiva e pluralidade, retirando-o do monopólio das ideologias que o utilizam para subjugar o indivíduo.
A democracia, com todos os seus constrangimentos, é talvez a antítese do fascismo justamente por negar a centralidade de um único “mago” que dita as regras. Ela exige que cada um assuma sua parcela de responsabilidade, mesmo diante da incerteza e da complexidade. Ao rejeitar a submissão mágica ao líder, o cidadão democrático aceita o desafio de viver com os outros como sujeitos de direito, em constante negociação e transformação.
Conclusão
O pensamento mágico, em sua essência, não é bom nem mau; ele é uma capacidade humana profundamente enraizada, que pode ser mobilizada tanto para a criação quanto para a destruição. Reconhecer sua presença nas subjetivações políticas e artísticas é o primeiro passo para entender como ele molda nossas realidades. O desafio está em reconfigurá-lo como um instrumento de emancipação, em vez de um veículo de opressão, redescobrindo suas potências em projetos coletivos que celebrem a diversidade e a responsabilidade compartilhada.
*Tales Ab’Saber é professor do Departamento de Filosofia da Unifesp. Autor, entre outros livros, de O soldado antropofágico (Hedra) [https://amzn.to/4ay2e2g]
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Em fábula sobre o “empoderamento” nos limites do capitalismo, a princesa desperta e aprende que deixou de ser submissa. Agora, é livre, deseja e age, porque é “excepcional”. Então, uma proposta da Disney faz-lhe pensar na luta de classes.
Uma fundação obscura está prestes a substituir as organizações humanitárias internacionais na entrega de ajuda a Gaza, em meio aos planos israelenses para deslocar milhares de palestinos e uma fome que afeta meio milhão de habitantes de Gaza devido ao bloqueio, ordenado pelas autoridades israelenses desde março deste ano, para pressionar o Hamas a liberar os reféns israelenses. O plano inclui que a entrega de ajuda humanitária seja custodiada por mercenários de duas empresas lideradas por ex-membros da Agência Central de Inteligência (CIA), do Pentágono e da contratante militar Costellis, herdeira da conhecida empresa de mercenários Blackwater.
Ao celebrar uma “amizade” com um Estado que perpetra crimes sistemáticos contra um povo ocupado e cercado, o Senado brasileiro não apenas se omite diante de um genocídio, mas se coloca ao lado do opressor.
# Paulo Sérgio Pinheiro, IHU (acesse)
O artigo é de Paulo Sérgio Pinheiro, publicado por Folha de São Paulo e reproduzido por Faustino Teixeira em seu Facebook, 29-05-2025.
Paulo Sérgio Pinheiro é professor aposentado de ciência política na USP; ex-ministro dos Direitos Humanos; relator especial da ONU para a Síria e membro da Comissão Arns. Autor, entre outros livros, de Estratégias da ilusão: a revolução mundial e o Brasil, 1922-1935 (Companhia das Letras).
O Senado brasileiro mancha sua história ao instituir o ‘Dia da Amizade Brasil-Israel’, celebra a aliança com um Estado genocida enquanto crianças palestinas são enterradas sob os escombros de Gaza
É com profunda indignação que manifestamos nosso repúdio à decisão do Senado Federal brasileiro, que, por unanimidade, declarou o dia 12 de abril como data oficial de celebração da “amizade Brasil-Israel”. Trata-se de um gesto inaceitável, de insensibilidade extrema, especialmente num momento em que o Estado de Israel intensifica uma campanha sistemática de extermínio contra a população palestina na Faixa de Gaza.
É ainda mais lamentável que parlamentares de partidos comprometidos historicamente com os direitos humanos e com a autodeterminação dos povos tenham eventualmente endossado essa decisão vergonhosa.
No próprio dia 12 de abril – data agora marcada por esse equívoco histórico –, Israel aprofundava o cerco genocida a Gaza, onde mais de dois milhões de palestinos vivem sob bombardeios incessantes que atingem majoritariamente mulheres e crianças.
Desde 6 de março de 2025, o Estado de Israel impõe um bloqueio total à entrada de ajuda humanitária, alimentos, medicamentos, insumos hospitalares e eletricidade. Este bloqueio, classificado como crime de guerra por especialistas e organismos internacionais, segue vigente até os dias de hoje, com a liberação de ajuda humanitária ocorrendo de forma esporádica e totalmente insuficiente, segundo relatos das Nações Unidas.
Neste contexto, é importante lembrar as palavras do general Yair Golan, ex-vice-chefe das Forças Armadas de Israel e atual presidente do partido Democrático (de esquerda): “Um país com sanidade não mata bebês como hobby”.
Ao celebrar uma “amizade” com um Estado que perpetra crimes sistemáticos contra um povo ocupado e cercado, o Senado brasileiro não apenas se omite diante de um genocídio, mas se coloca ao lado do opressor.
Reafirmamos nossa solidariedade irrestrita ao povo palestino e conclamamos parlamentares e autoridades brasileiras a reverem urgentemente sua postura frente às violações de direitos humanos cometidas por Israel.
A babel teológica por trás do apoio de evangélicos aos Estados Unidos e a Israel
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# Hugo Souza, Come Ananás (acesse)
“Vi 15 mil pessoas morrerem na minha cidade por falta de oxigênio porque a BR-319 não estava asfaltada”, disse nesta terça-feira, 27, o senador Omar Aziz (PSD-AM), antes de acusar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de “atrapalhar o desenvolvimento do país” e abrindo os trabalhos da sessão de apedrejamento misógino-desmatador de Marina por dois senadores do Amazonas e um de Rondônia que formaram quadrilha na Comissão de Infraestrutura do Senado.
Além de Aziz, Plínio Valério (PSDB-AM) e Marcos Rogério (PL-RO). Na semana passada, os três votaram a favor do PL da Devastação.
Voltando ao que disse Omar Aziz para Marina Silva e para o país: na pandemia, muitas pessoas morreram desnecessariamente de covid em Manaus porque Jair Bolsonaro afirmou, na época, que não era responsabilidade do Governo Federal mandar oxigênio para o Amazonas; porque a Força Aérea Brasileira, “asas que protegem o Brasil”, fez cu doce para arranjar aviões que levassem oxigênio de Porto Velho; porque o general Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde, sabia do colapso do sistema de saúde amazonense 10 dias antes da tragédia e nada fez; porque Pazuello, quando questionado sobre a demora para apresentação de um plano de vacinação contra a covid, disse: “pra quê essa ansiedade, essa angústia?”.
E porque “o Ministério da Infraestrutura, sob o comando de Tarcísio, e o Ministério da Saúde, sob Pazuello, orquestraram a estratégia mais longa e mais cara para levar oxigênio para Manaus, o que custou centenas de vidas”.
É o que diz o biólogo Lucas Ferrante, autor de um estudo que demonstrou que Tarcísio de Freitas e Pazuello poderiam ter enviado cilindros de oxigênio a Manaus pelo rio Madeira, em viagem que duraria 30 horas, mas decidiram mandá-los de caminhão, via BR-319, no período de chuvas, mesmo sabendo que metade dos 900 quilômetros da rodovia não tinha asfaltamento. O resultado foi que a viagem demorou três vezes mais do que seria possível viabilizar a barco: 96 horas que para muitos manauaras resultaram fatais.
“Vossa Excelência é um oportunista, e um oportunista pequeno”, disse Omar Aziz ao senador Eduardo Girão (Novo-CE) exatamente quatro anos atrás, no fim de maio de 2021, numa sessão da CPI da Pandemia, da qual Aziz era presidente. Nesta terça, na sessão de apedrejamento de Marina Silva no Senado, ninguém, nenhum senador governista, animou-se para dirigir as mesmas palavras a Omar Aziz.
Mas isso nem é o mais interessante, por assim dizer, sobre a adesão de Omar Aziz, provável candidato de Lula ao governo do Amazonas em 2026, à mentiras bolsonaristas sobre a pandemia e ao mais rasteiro negacionismo científico.
Um outro estudo de Lucas Ferrante, este em parceria com o ecólogo Guilherme Becker e publicado em fevereiro do ano passado na revista Nature, mostra que um eventual asfaltamento do trecho do meio da BR-319, como Aziz quer, arrisca “propiciar saltos zoonóticos que podem resultar em uma sequência de pandemias”, já que “este bloco da floresta é o maior reservatório de patógenos do nosso planeta, tais como vírus, fungos, bactérias e príons”.
Novas pandemias: é o que o ex-presidente da CPI da Pandemia quer, além de voltar ao governo do Amazonas, quando diz, na frente de uma das mais respeitadas ambientalistas do planeta, que os amazonenses “queremos o direito de passear” numa veia de 900 quilômetros aberta pela ditadura no que há de mais preservado em floresta amazônica e que hoje corta 69 Terras Indígenas e 42 Unidades de Conservação.
Novas pandemias: é o que o ex-presidente da CPI da Pandemia quer, e ele não é o único.
Na mesma Comissão de Infraestrutura do Senado, está na marca do pênalti, para votação, o Projeto de Lei 4994 de 2023, que classifica a BR-319 como “infraestrutura indispensável à segurança nacional”. O projeto chegou ao Senado após ser aprovado na Câmara sob regime de urgência, em nove minutos e precisamente às 23h35 do dia 19 de dezembro de 2023, por 311 votos a 103 e sob gritos de “Viva o Norte!”.
Na Câmara, o relator do PL 4994/2023 foi o deputado bolsonarista Capitão Alberto Neto (PL-AM). Na Comissão de Infraestrutura do Senado, o relator é o petista Beto Faro (PT-CE). Mas não fez diferença: como o relatório de Alberto Neto, o parecer de Beto Faro é pela aprovação de que a estrada do desmatamento, a estrada de Omar Aziz, seja declarada “indispensável à segurança nacional” e, portanto, seja concluída.
Nesta terça, Beto Faro estava presente na sessão de apedrejamento misógino-desmatador de Marina Silva na Comissão de Infraestrutura. Entrou mudo, calado saiu. Depois, o “primeiro ribeirinho no Senado Federal” manifestou solidariedade à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, não sem marcar posição de que “eu mesmo tenho posições em alguns aspectos diferentes da ministra”.
Relator do PL da Estrada do Desmatamento, alinhado ao projeto considerado por cientistas vetor de destruição da Amazônia, Beto Faro é ao mesmo tempo relator da Subcomissão Temporária do Senado para Acompanhamento dos Preparativos da COP 30, em Belém do Pará. Como outros petistas acometidos de “ambiguidade ambiental”, o senador anda por aí derramando-se em juras de compromisso com a “preservação do bioma amazônico e de suas diversidades étnica e biológica” e com “ações de restabelecimento da estabilidade do clima”.
# Senador Contarato faz depoimento emocionado e pede desculpas a Marina Silva (assista o vídeo)
# A baixo-assinado pela cassação do senador Marcos Rogério (acesse aqui)
O ataque misógino a Marina Silva, ocorrido (...) no pior Congresso de nossa história, é mais uma grave prova da degradação do ambiente político do país normalizada pelo bolsonarismo... (continue a leitura do post de Maurício Caleiro - Substack)
# Assista: Marina fala à imprensa logo depois de abandonar a sessão de enfrentamento com os senadores da bancada do desmatamento. # "Ninguém vai dizer qual é o meu lugar" (Julia Duailibi, G1) # Marina Silva, de repente, ficou gigante (Josette Goulart, Uol) # "Só negacionistas, não vão abraçar agenda verde" (entrevista ao Uol) # Lula diz que Marina acertou ao se retirar a reunião (Carta Capital) # Janja e ministras se solidarizam com Marina (Carta Capital) # Senado relincha e dá coices em Marina Silva após aprovar 'mãe das boiadas' (Sakamoto, Uol) # Licenciamento ambiental sob ataque: quem lucra como retrocesso? (Carlos Nobre, Uol) # Licença para devastar (Maria Hermínia Tavares, Folha) # Novo licenciamento ambiental no senado libera desmatamento (post do site)
# Morrer de fome em Gaza com um moletom da Minnie Mouse Hugo Souza (Come Ananás)
Israel atacou um comboio que havia descarregado 100 toneladas de ajuda alimentar para Gaza. Matou sete voluntários, de vários países, que estavam entregando comida para quem necessita. O recado dos sionistas é claro: não ajudem os palestinos. Eles devem morrer de fome. Crianças estão morrendo de fome em Gaza. Israel bloqueia deliberadamente a ajuda humanitária. Fuzila civis em filas para receber comida. Bombardeia comboios. Impede a passagem de alimentos.
# Patrícia Campos Mello (Folha)
# Siga o clipping do site: Trump ameaça a soberania nacional brasileira
Um por um: a vez de Eduardo Bolsonaro
# PT vai ao Conselho de Ética pela cassação de Eduardo Bolsonaro por trama nos EUA Vinicius Nunes (Carta Capital)
# Moraes abre inquérito contra Eduardo Bolsonaro e manda PF ouvir ex-presidente. L. Lucena, M. Coutinho (Uol)
# Ameaça de secretário de Trump levou PGR a mudar sobre Eduardo Bolsonaro. Raquel Landim (Uol)
Leonardo Miazzo
Para começar a debelar o fantasma do golpismo militar, o Congresso Nacional deveria reescrever ou ao menos regulamentar o artigo 142 da Constituição, a dispor sobre o papel das Forças Armadas. A avaliação é de Carlos Fico, professor de História do Brasil da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos principais especialistas sobre a ditadura, em entrevista a CartaCapital (leia mais)
Em entrevista coletiva dada depois de ganhar o prêmio de melhor diretor do festival de Cannes pelo filme O Agente Secreto, Kleber Mendonça apontou que a vida nacional corre o risco do 'esquecimento' das crimes cometidos pela ditadura.
# Leia aqui a postagem de Carlos Alberto S. Martins no Facebook
# O Agente Secreto, de Kleber Medonça, no Omelete
O que há de pior
Tarcísio + Nunes + Bolsonaro + Temer + Eduardo Cunha + Kassab + Eduardo Bolsonaro + Derrite + Estadão + Folha + Trump + Milei + Zema + Caiado
# Condenada por fraude chefia cargo importante na prefeitura de SP. Demetrio Vecchioli (Intercept)
# Fim da última favela no cetro da cidade vira disputa eleitoral. Gustavo Basso e Ian Boechat (DW)
Bebês reborn: 'Apego por boneca pode vir da vontade de controle absoluto das relações'
# Giulia Granchi (BBC)
Ensaios
# Neofascismo à moda americana. John Bellamy Foster.
Seu delírio: extirpar o “marxismo cultural”.
(Outras Palavras)
# O capitalismo extrai a pele, o corpo e a alma da classe trabalhadora. Ricardo Antunes. Brasil de Fato (via IHU)
# Crise de identidade ideológica da classe média. Fernando Nogueira da Costa.
(A Terra é redonda)
# Estamos à beira de um conflito global? Entrevista com Mônica Herz, da PUC-Rio
(Pública)
A luta por dignidade exige novas pautas. Exercer ocupação relevante. Não sofrer a captura da atenção nas redes sociais. Não perder horas num transporte precário. Não deixar que nossa existência breve seja consumida por sistema em frangalhos. # Ladislau Dawbor (Outras Palavras)
Indústria bélica lucra, os pobres se arruínam e o planeta queima: a ‘economia de guerra’ é o capitalismo em seu estado puro. Desindustrializar pode ser o único antídoto — mas quem terá coragem? # Anselm Jappe (A Terra é redonda)
Cabe remontar ao sentido da palavra ‘monstrum’ para ponderar as evidências de formas voltadas para a destruição. # Muniz Sodré (Folha)
Assassinato do afro-americano chocou o mundo e transformou o Black Lives Matter em um movimento global antirracista – hoje sob forte oposição, especialmente de apoiadores de Trump. # Aline Spantig, Stephanie Höppner (DW)
Ativista ainda é inspiração contra opressão dos negros, 100 anos após seu nascimento. Em meio aos esforços de Trump de branquear história dos EUA, palavras de Malcolm X estão mais relevantes do que nunca. # Suzanne Cords (DW)
Tenho argumentado que o identitarismo é um sintoma de época. Entendido em suas miudezas, trata-se mais de uma tentativa de resposta da gestão, a partir das transformações históricas do capitalismo nos seus últimos 50 anos, do que de uma relação de agência dos sujeitos. Ou seja, trata-se mais de uma forma de governamentalidade — para lembrar o velho Foucault — do que propriamente um ato de escolha dos indivíduos implicados. # Douglas Barros (Boitempo)
O que há de novo? 24-25/5
atualizações
# O fotógrafo da dignidade humana. Carla Castanho (GGN)
# Clipping do site sobre a vida e a obra de Sebastião Salgado
Fantasma da 'impopularidade' de Lula, alimentada pelo discurso da velha mídia e apropriada pelos setores atrasados da sociedade brasileira - entre eles a tecnocracia do capital financeiro -, põe Planalto outra vez nas cordas, agora no episódio do aumento do IOF. O significado do "errático" se confunde com a sensação do "sem rumo" e desmonta estratégias fundamentais para a ampliação das bases de apoio do governo.
# Haddad diz que ouviu o país. Me passa o número? (Josette Goulart, Uol) # Formas de ouvir o país (Hugo Souza, Come Ananás) # O que muda no IOF? (G1) # Governo recua para os fundos de investimento, mas mantém para a população (G1) # Mudanças vieram logo após reação ruim do mercado (G1) # A voz estridente dos canalhas. Empresários criticam governo pela alta do IOF: "deviam aprender com o Milei" (Folha)
João Carlos Salles
# Os inimigos da Universidade pública.
(A Terra é redonda)
# Universidades: Agir, urgente!
(Outras Palavras)
# Todo o poder a Trump. Felipe Calabrez
O mundo assiste ações que parecem desmantelar o Estado americano (A Terra é redonda)
Em entrevista concedida ao jornalista Breno Altman, do Opera Mundi, Base Naim, dirigente do Hamas, fala sobre as negociações para alcançar um cessar-fogo e as tentativas de unidade palestina:
"Você não encontra em nenhum dicionário em todas as línguas do mundo as palavras apropriadas para descrever o desastre ou catástrofe humanitária na Faixa de Gaza”.
"O governo israelense de Benjamin Netanyahu 'fracassou em esmagar' a resistência palestina e na recuperação dos soldados de Tel Aviv capturados. E, por isso, decidiram usar a fome, inanição e desnutrição como armas de guerra. Estamos falando de mais de 70 dias sem comida, sem remédios e sem combustível. Mesmo dentro da Faixa de Gaza, os israelenses sempre destruíram os poços de água, clínicas, hospitais, armazéns de alimentos que ainda estavam lá. Eles atacaram abrigos e casas seguras. E, portanto, estamos falando de uma verdadeira inanição, um verdadeiro desastre”
O que há de novo? 22-23/5
atualizações
O que ocorrerá com a imprensa quando Tarcísio consolidar seu poder político, fundado em milícias armadas? O que ocorrerá com a Justiça? Luis Nassif (GGN)
PL do licenciamento ambiental é um retrocesso de 40 anos, diz ex-presidente do IBAMA
Atualizações
# Sem vitimismo no licenciamento (André Borges, Folha) # Governo não deve vetar projeto (Fábio Zanini, Folha) # Marina: Licenciamento ambiental sofreu golpe de morte (Fabíola Perez, Felipe Pereira, Uol) # Carlos Minc: Maior retrocesso em 80 anos (Estadão, via Uol)
Convém não subestimar a perspectiva histórica das decisões que têm sido tomadas no STF sobre os núcleos militares que se articularam para o golpe de 8/1. No curso dos processos brasileiros esse fato não é apenas inédito; é também movimento de resgate de outras instituições que tradicionalmente se alinharam ao lado das rupturas autoritárias, a começar pelo próprio Judiciário. De alguma forma, as cenas que se arrastam legendadas pela retirada amedrontada das próprias elites ainda demoram a se dissolver, mas é puro processo histórico...
Atualização: # Brigadeiro dá depoimento contundente sobre a gênese da trama golpista (Gerson Camarotti, G1)
Leia mais: # Sakamoto: Brigadeiro não faz doce e diz que Bolsonaro preparou minuta do golpe (Uol). A série da Pública. Ato 1: Ex-presidente e generais viram réus. Ato 2: De minuta a punhal verde amarelo, mais 6 viram réus. Ato 3: Fake news e desinformação levam 7 ao banco dos réus. Ato 4: O que distingue as Forças Armadas de um bando? ICL: Freire Gomes mostra que 'general legalista' é lenda urbana
Atualização: A nova idade das trevas começa em Israel. Chris Hedges (Outras Palavras)
Leia mais: # A vida entre ruínas e fome na faixa de Gaza (DW) # O mundo está inerte diante da ofensiva final de Israel contra a Palestina (IHU) # Reino Unido suspende negociações comerciais com Israel (Opera Mundi)
Depois de abandonar compromissos e alianças, e de iniciar uma diplomacia baseada apenas na força, Trump descobriu… que já não é tão forte! Mas o caos no Ocidente se ampliará e só poderá ser superado com o fim da ordem eurocêntrica
Atualização: Governo Trump proibe alunos estrangeiros em Harvard (Eduarda Esteves (Uol)
O líder do Chega, André Ventura, celebra o resultado da eleição portuguesa (Luis Nassif , no GGN)
Chega, o partido de extrema direita, se torna segunda força política de Portugal, mas discussão é mais complexa
Ideias em 'A Terra é redonda'
# Lugar periférico, ideias modernas: aos intelectuais paulistas as batatas. Wesley Sousa e Gustavo Teixeira
# Um PT sem a crítica do neoliberalismo? Juarez Guimarães e Carlos Henrique Árabe
# Moto entregadores. Capitalismo de Plataforma vs. Cooperativismo Digital. Renato Dagnino
Abusos dos empresários da educação que atuam de forma descontrolada no ensino universitário estão perto do fim
# A norma regula limites de atividades online no ensino superior, cria uma nova modalidade de cursos semipresenciais, elenca cursos vetados para a EAD e também revê limites de atividades remotas nos cursos presenciais. Leia mais na matéria da Folha
# Dados inéditos revelam estrago causado pelo EAD na educação do Brasil (Cofen) # A qualidade da EAD (Brasil de Fato) # Os impactos e limites do ensino à distância (Outras Palavras)
Monstros?
# De onde vêm os bebês reborn (Outras Palavras) # O que é um bebê reborn? (Estadão, via Infomoney) # Bebês reborn: o quê está por trás do 'fenômeno'? (CNN) # Em 2 dias, deputados apresentam 4 projetos sobre bebês reborn (Carta Capital)
Governo dos EUA analisa proposta que transforma o processo de legalização em atração televisiva. # Ana Gabriela Sales (GGN, via Opera Mundi)
# Num único dia, ataques de Israel a Gaza matam 154 palestinos e ferem 459. Victor Farinelli (Opera Mundi)
# Antissionismo é dever moral.
Enquanto você este texto, Israel mata crianças. Luis Felipe Miguel (Substack)
# Trump está se afastando de Netanyahu?
Presidente dos EUA deixou 1o ministro de lado ao negociar com Hamas (DW)
# De Varsóvia a Gaza.
Os judeus contra os nazistas e a comparação com Gaza (Outras Palavras)
De Milei a Trump, uma extrema direita transnacional testa o quanto de violência a população é capaz de tolerar em nome da “liberdade” de mercado. Não apenas física, mas também por meio da “austeridade” que condena à morte principalmente pobres e idosos.
# Revista Opera, via Outras Mídias
# Artigo de Celso Rocha de Barros na Folha deste domingo analisa estratégias da extrema direita para tentar voltar ao governo em 2026. As dificuldades são muitas, do canibalismo empesarial em reduzir direitos (o máximo que essa turma sem projeto para o país consegue pensar) à reentrada de Temer no cenário... Leia aqui
Leia também: # Bolsonaro mostra resistência em indicar Tarcísio e preocupa partidos. Julia Chaib e Marianna Holanda, na Folha
Tarcísio e Nunes arriscam choque no centro de SP com Moinho, Minhocão e cracolândia
# Remoções de favela e de pessoas em situação de rua se entrelaçam em plano polêmico para sufocar tráfico que abastece cenas abertas de uso de drogas (leia mais na Folha)
# Massacre de Paraisópolis(*): As famílias querem entender por que a policia fez isso (leia mais no Le Monde)
# Ato de movimentos sociais em SP pede a federalização da investigação das chacinas (leia mais na Ponte)
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(*) Relembre a tragédia de Paraisópolis e conheça os seus desdobramentos: # No gueto de Paraisópolis (jsfaro.net) # As mentiras já desmascaradas (Le Monde)