produção científica

➤ Antologia reúne textos que discutem as relações entre Jornalismo e Cultura. Faça aqui o download do trabalho.

Revista Realidade, 1966-1968. Tempo da reportagem na imprensa brasileira. Tese de doutorado e livro (Texto integral).

Se nada der certo. O país onde a imagem do fracasso é a imagem do trabalho... e vice-versa

J.S.Faro, professor da PUC-SP

Texto publicado na primeira fase da revista Giz, em junho de 2017, e resgatado para esta edição do site em 24/11/2023

A notícia sobre a festinha de despedida que os alunos do ensino médio de uma escola gaúcha promoveram no início de junho ganhou um inesperado destaque e virou uma das notas mais comentadas na rede. Inesperado porque festinhas de despedida de alunos do colegial são corriqueiras e acontecem todos os anos. Com um misto de alívio e também com um pouco de sentimento de vingança contra a “escola opressora”, a despedida ensaia um gesto de desprendimento e de liberdade.  Afinal, na véspera do vestibular, essa turma agora já vai se aproximando da maturidade e a maturidade sempre chega acompanhada de uma certa disponibilidade de espírito que favorece tudo.


O surpreendente no caso da Instituição Evangélica de Novo Hamurgo foi o fato de que a festa ganhou roupagem temática. “Se nada ser certo” foi o slogan que animou os estudantes fantasiados com as roupas que sempre significam profissões da mão de obra não especializada: faxineiros, vendedores ambulantes, cozinheiros...  Curiosa ironia essa em que o dar errado – ou o fracasso – é a imagem do trabalho, da labuta e a do heroísmo da existência comum e anônima.


Nas redes, a manifestação dos estudantes – marcada por uma retórica ambivalente mas repleta de significados arrivistas e preconceituosos – fez inimigos com censuras à escola e à imaturidade do apelo social do slogan.  Tenho dúvidas sobre o acerto da crítica, embora a oportunidade de mais uma aula não deva ser perdida nem a eventual pouca atenção que o currículo desse colégio dá à formação da consciência social dos seus alunos. Minha impressão, no entanto, é a de que esse significado depreciativo que os formandos atribuíram ao trabalho é hoje um traço da nossa construção simbólica coletiva: infelizmente, somos hoje um país onde a segregação social penetra fortemente em todas as instâncias da vida nacional e se transformou numa das sustentações ideológicas da maioria das reformas e outras iniciativas que vêm sendo postas em prática, com todo o despudor, pelo governo de Michel Temer.


Vou a um fato que pode ter passado despercebido desse composto ideológico que é enaltecido pela mídia conservadora: a renúncia ao salário que o (então) novo prefeito de São Paulo faria jus ao assumir o cargo em janeiro de .... João Doria, num gesto demagógico e hipócrita, já na campanha, anunciou sua intenção de trabalhar de graça a partir de quando se tornasse prefeito; um gesto arrogante e preconceituoso que afeta todos os que recebem salário, como se o trabalho – qualquer que seja ele e para qualquer um – não devesse ser a justa remuneração pelo esforço feito. Para Doria, que é um empresário de médio porte, quase um remediado, o trabalho é diletante e é essa a mensagem que sua demagogia consagrou ao esconder o fato de que, como empresário, sobrevive graças ao trabalho de trabalhadores remunerados miseravelmente...


O prefeito de São Paulo, no entanto, apresentava-se neste caso como um aprendiz ingênuo se fosse comparado com a crueldade com que Temer (na mesma época) implantou reformas que afetaram (e ainda afetam) duramente e em primeiríssimo lugar  o trabalhador: a reforma da Previdência e as mudanças nas leis trabalhistas são outros dois exemplos do amplo espectro em que se insere a ideia de que o trabalho é merecedor de punição e não de retribuição pública. 


No final das contas, é esse – até onde consigo entender – o paradigma que foi seguido pelos estudantes gaúchos. O “dar certo” é o que escapa da punição do trabalho associando-se a ele (ao trabalho) toda a carga de referências negativas que decorre desse conjunto de arremetidas que estamos assistindo no Brasil. Pois se o governo – que teoricamente deve responder pelo bem-estar social do país que governa – não o faz, por que seriam os futuros trabalhadores a acostumarem-se e conformarem-se a ele? A ideia me parece simples e tem deixado rastros fortes no imaginário social desta segunda década do século XXI brasileiro: nas novelas, nos anúncios, na mídia, nas leis e... nas escolas.

Resistir à reforma trabalhista, varrer o país das gangues dos empresários e seus testas de ferro

(texto publicado em 13/11/17 no site da FEPESP)

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Sala de Professores na FEPESP

Debate com Rui Braga, autor do livro A rebeldia do Precariado

(participação de Celso Napolitano e J.S.Faro)

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Antologia da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp) e da Editora Olho d'Água publica textos que discutem o processo e os efeitos da privatização do ensino superior. Entre os artigos, colaboro com o capítulo Autonomia da Universidade no Brasil. Que história é essa?

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Clico, logo existo. Entrevista com alunos do 2o. ano de jornalismo da PUC-SP realizada em novembro de 2016.

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Luiz Beltrão e a Galáxia de McLuhan (Antologia Mutações na Comunicação: ampliando as fronteiras no Jornalismo/Luiz Beltrão, organização de José Marques de Melo e Marli dos Santos. São Bernardo do Campo: Intercom/Metodista, 2016))

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* Festa de despedida: estudantes exibem repulsa ao trabalho como paradigma de conduta

(junho de 2017)


* Reforma do Ensino Médio: uma escola utilitária e meramente funcional

(fevereiro de 2017)


* Eppur si muove: anotações sobre o professor Galileu Galilei

(outubro de 2016)


* Antropologia do Pokémon:  onde isso vai parar?

(agosto de 2016)


* O Homem sem qualidades

(junho de 2016)


* Empreendedorismo e formação acadêmica

(março de 2016)


* O tutor nas práticas da educação à distância

(março de 2016)

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* O desafio da cultura nos anos de chumbo. Capítulo da antologia publicada com trabalhos apresentados no seminário Comunicação e Democracia no Brasil: 50 anos do golpe de 64. Umesp, 2014 (indisponível temporiamente)

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* História e Comunicação: interações metodológicas na obra de Carlos Guilherme Mota. Capítulo da antologia Pensamento comunicacional brasileiro.

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A crise do jornalismo em discussão. Minha resenha sobre o livro Mídia Ninja, de Elizabeth Lorenzotti, publicada no jornal Brasil de Fato


A revista Realidade nos anos da mobilização democrática: reportagem e Estado autoritário. Artigo publicado na  revista Estudos em Jornalismo e Mídia, do programa de pós-graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), indisponível

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* Jornalismo Cultural e presença intelectual na esfera pública. Artigo publicado na revista Eco-Pós, do programa de Pós-Graduação em Comunicação & Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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* Liberdade de impressão: jornalismo contracultural. Entrevista comigo,  Kucinski, Maciel, Débora Lopes e outros.

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 Reportagem: na fronteira do tempo e da cultura. Artigo publicado na revista Verso & Reverso, da Unisinos.

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Jornalismo e crítica da cultura: a urgência da nova identidade. Artigo publicado na Revista Fronteiras, da Unisinos.

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Professores: novas realidades, novos discursos, novos sentidos. Revista Giz, do SINPRO-SP.

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Ensino de jornalismo em época de mudança. Artigo publicado na revista Jornalismo & Cultura, editada pela Minuano Cultural (indisponível)

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Território em transformação. Importância e desafios do Jornalismo Cultural. Artigo publicado no Suplemento Literário da Secretaria da Cultura de Minas Gerais. Acesse (página 11 da revista)

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Tecnologias digitais e pontilhamento discursivo. Capítulo publicado no livro organizado pelo Prof. Sebastião Squirra. Um erro de edição da Buqui, me obriga a tornar o texto indisponível para acesso. Se preciso, entre em contato comigo do email jsfaro@jsfaro.net)

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À flor da pele: narrativas híbridas, cotidiano e comunicação. Publicado na revista da pós-graduação da Federal do Rio Grande do Sul.

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Sob a superfície dos fatos. Publicado na revista da pós-graduação da Federal de Santa Catarina (indisponível)

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 Planos de Carreira. Publicado na revista Giz, do Sindicato dos Professores de São Paulo (SINPRO-SP). A complexidade do tema favorece o desrespeito que as universidades particulares praticam contra os professores, à revelia da lei.


☞  O texto também foi publicado na revista Conteúdo, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE). Leia aqui.


☞  E foi publicado ainda na Revista da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (FEPESP).

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Minhas memórias sobre a Intercom e a construção do campo da Comunicação no Brasil nos tempos da ditadura e depois. Entrevista feita em 21 de julho de 2016.